A Polícia Civil deflagrou uma operação para desarticular um grupo criminoso especializado no desvio de cargas em São Paulo, com foco na região de Ribeirão Preto.

O esquema contava com oito motoristas principais que, entre setembro de 2023 e abril de 2024, registraram pelo menos 15 boletins de ocorrência falsos, simulando roubos para encobrir os desvios. Além dos motoristas, proprietários de caminhões e semirreboques colaboravam para facilitar as ações ilícitas.

O prejuízo total causado pela quadrilha foi estimado em mais de R$ 4,2 milhões, envolvendo cargas como fertilizantes, bobinas de cobre, equipamentos industriais, ureia, açúcar e alimentos.

As investigações tiveram início após a prisão em flagrante, em maio de 2024, de um motorista tentando carregar um caminhão adulterado em uma empresa de Guaíra (SP). A partir daí, foram identificados os demais integrantes que utilizavam aplicativos para retirar as cargas das empresas e desviá-las para receptadores, enquanto registravam falsas ocorrências de roubo em diferentes cidades paulistas.

A operação, batizada de "Falso Roubo", cumpriu oito mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão domiciliar nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A Justiça também determinou o bloqueio de valores bancários dos investigados e o sequestro dos veículos usados nos crimes, incluindo caminhões tratores e semirreboques.

Os suspeitos responderão por organização criminosa, furto qualificado mediante fraude, receptação qualificada, falsa comunicação de crime, falsificação de documento público e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. A ação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Guaíra, com apoio de diversas delegacias da região e das Polícias Civis dos estados envolvidos. A polícia ressaltou que as narrativas das falsas vítimas eram muito semelhantes, o que chamou a atenção dos investigadores.

Os motoristas carregavam as mercadorias normalmente, mas desviavam as cargas e abandonavam os veículos em locais isolados após registrar as falsas ocorrências. Com a operação, espera-se desarticular completamente o grupo e recuperar parte dos prejuízos causados às empresas afetadas.