Descerramento da placa marcou homenagem ao artista com presença de autoridades e familiares
Foto: Fernando Gonzaga
Neste sábado, 27 de janeiro, a Prefeitura de Ribeirão Preto inaugurou oficialmente a praça Leopoldo Lima, localizada no bairro Jardim Manoel Penna, região leste da cidade. Uma placa em homenagem ao artista que cede nome ao espaço, foi descerrada em cerimônia que contou com a presença de autoridades e familiares. Para muitos, Leopoldo Fioravante Baptistetti Lima era um sósia de Van Gogh na fisionomia e genialidade. O artista ficou conhecido por sua técnica em pirogravura.
“Os grandes artistas da humanidade exerciam a consciência no seu mais elevado nível de profundidade e através dessa sensibilidade que ele tinha, depositava na sua arte toda essa característica de transmitir de maneira material o sentimento puramente humano, que só os artistas diferenciados são capazes de fazer. Essa singela homenagem que fazemos hoje é uma forma de reconhecer e agradecer a todos os artistas da nossa cidade que já partiram. Arte também é cultura, educação, informação e civilização”, destacou o prefeito, Duarte Nogueira.
Leopoldo era considerado um gênio, porém simples e exótico. Nascido em São Simão, em 11 de dezembro de 1933 e falecido em 23 de junho de 1996 em Ribeirão Preto, o artista não vendia suas obras.
Sobre sua obra
Seu ateliê era simples como ele. As paredes da casa todas revestidas com jornais, suas crianças corriam pela casa toda, tinha uma escada feita por ele de galhos de árvores que levava a cumeeira. Sua obra retratava o sofrimento humano. O girassol, para ele símbolo do amor, sempre aparecia nos trabalhos. Ainda apresentava crianças escuras, magras, fantasmagóricas; casas labirínticas; árvores retorcidas. Seu autorretrato aparece na maioria de suas criações, em maior ou menor destaque.
Leopoldo não gostava de comercializar seus trabalhos, inclusive um embaixador norte-americano em visita a Ribeirão Preto gostou das obras, mas o artista não queria vendê-la. A maior parte do acervo de Leopoldo Lima encontra-se com a família. A esposa Cleusa da Silva Lima, de 81 anos, relata que ficou com cerca de 40 quadros e dividiu outros entre os filhos. “Depois que ele morreu não vendi e não vou vender. Quem tem alguma obra que guarde bem”.
Sobre as inspirações do marido, Cleusa diz que ela vinha de vários lugares. “Às vezes ele andava pelo mundo e às vezes encontrava as ideias aqui dentro de casa. Mas não é quadro de gente normal. É quadro de outras esferas, porque aqui na Terra não existiu quem fizesse um trabalho igual”, acrescenta.