O prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), destacou medidas já implementadas em seu mandato e anunciou prioridades para 2026, entre obras, saúde, educação e projetos de segurança com uso de tecnologia. Silva afirmou que algumas decisões iniciais, como a suspensão de contratos, incluindo um acordo de quase R$ 200 milhões para a construção de um novo centro administrativo, e a revisão do funcionamento de corredores de ônibus para recuperar vagas de estacionamento, já foram tomadas com o argumento de equilibrar as contas públicas.
No campo da saúde, o prefeito informou que a gestão conseguiu reduzir um déficit estimado inicialmente em R$ 150 milhões para um valor residual de aproximadamente R$ 6 milhões a ser aportado pela Prefeitura até o encerramento do ano. Parte da economia foi atribuída à reorganização das UPAs, que passaram a realizar procedimentos de menor complexidade para desafogar hospitais, e a uma política mais rigorosa nas compras de medicamentos e insumos. Silva anunciou que, em 2026, a administração deve inaugurar a UPA Central 24 horas e outra unidade no Complexo Ribeirão Verde, completando seis UPAs do tipo na cidade.
Sobre o novo Hospital das Clínicas, a Prefeitura afirma que o projeto foi ampliado para 400 leitos. As obras começaram com R$ 80 milhões de recursos estaduais e parlamentares e, segundo o prefeito, há previsão de mais R$ 300 milhões do governo do estado, provenientes da venda de terrenos da USP, que já teriam sido repassados ao Executivo estadual.
Na educação, Silva comemorou a liberação de R$ 30 milhões do governo federal para transformar as antigas instalações da Cianê em uma unidade do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) com capacidade para 1,4 mil alunos. A previsão de entrega foi postergada: se inicialmente era janeiro de 2026, a Prefeitura indica que a inauguração ocorrerá no segundo semestre de 2026.
O prefeito também listou obras e intervenções previstas para o próximo ano: conclusão da construção do novo Hospital das Clínicas, entrega da clínica veterinária pública, cujas instalações foram encontradas em condições precárias e estão em reforma, e finalização das obras das pontes nas avenidas Maurílio Biagi e Via Norte. Silva afirmou que o Parque Doutor Rubem Cione já recebeu limpeza e que a primeira fase de requalificação, orçada em cerca de R$ 1 milhão, está em andamento, com projetos executivos das fases seguintes em elaboração.
Na área de mobilidade, além das mudanças nos corredores de ônibus que já foram implementadas em avenidas comerciais (como a Dom Pedro I), o prefeito quer dar sequência ao projeto de semáforos inteligentes. A segunda etapa do programa foi suspensa no início do mandato após identificação de irregularidades na primeira fase e pela abertura de uma CPI na Câmara; Silva disse que pretende resolver a investigação para retomar a interligação dos sinais e o monitoramento viário.
Em segurança pública, a gestão planeja implantar um sistema de monitoramento com cerca de 1.000 câmeras que usariam inteligência artificial para reconhecimento facial de pessoas procuradas pela Justiça. O prefeito afirmou ter obtido autorização legislativa para empregar recursos de um fundo de iluminação pública também em projetos de vigilância urbana.
Sobre gestão administrativa, Silva anunciou que descartou a construção do centro administrativo na zona Norte e estuda transferir secretarias para o prédio do Colégio Marista, um imóvel histórico cujos estudos preliminares indicam capacidade para concentrar serviços e atender ao público em modelo semelhante a um “Poupatempo” municipal. Entre outras promessas, o governo pretende entregar em 2026 a Casa do Autista e concluir revisões contratuais consideradas obsoletas, especialmente na área de educação especial.
O prefeito classificou o momento como de “arrumar a cidade com o carro em movimento”, reconhecendo avanços, mas ressaltando desafios que pretende enfrentar ao longo de 2026 para consolidar a recuperação financeira e ampliar serviços públicos.