Prefeitura propõe permuta com Colégio Marista para transferir sede municipal até julho de 2027

A operação está avaliada em R$ 57,2 milhões e prevê que o Executivo passe a ocupar o imóvel escolar a partir de 31 de julho de 2027

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Nando Medeiros
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Prefeitura propõe permuta com Colégio Marista para transferir sede municipal até julho de 2027

A Prefeitura de Ribeirão Preto encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza a troca do prédio do Colégio Marista, no Centro, por um terreno público de 41 mil m² na Avenida Braz Olaia Acosta, na zona Sul.

A operação está avaliada em R$ 57,2 milhões e prevê que o Executivo passe a ocupar o imóvel escolar a partir de 31 de julho de 2027, caso os vereadores aprovem a proposta.

Conforme a Prefeitura, o terreno cedido ao grupo educacional foi avaliado em R$ 39,6 milhões. A diferença de R$ 17,5 milhões entre os valores seria absorvida pelo Marista, que se compromete a abrir mão do saldo, arcar com despesas cartoriais e técnicas e construir uma nova unidade privada no terreno recebido.

O objetivo anunciado pelo Executivo é reunir secretarias e o gabinete do prefeito em um único endereço, reduzindo custos operacionais e aprimorando o atendimento ao público. Atualmente, as pastas municipais estão espalhadas pela cidade e o gabinete funciona provisoriamente na Rua Américo Brasiliense, desde que o Palácio Rio Branco foi desocupado por problemas estruturais.

O Colégio Marista informou que vê com interesse a possibilidade de ampliar sua atuação em Ribeirão Preto, mas ressaltou que há trâmites a serem cumpridos nos próximos meses. A instituição confirmou que os anos letivos de 2025 e 2026 serão mantidos na sede atual e que comunicará antecipadamente famílias, estudantes e equipe sobre qualquer mudança.

Pelo acordo apresentado, o colégio terá até 12 meses após a assinatura da escritura para iniciar as obras da nova unidade e um prazo máximo de 36 meses para concluí-las. A Prefeitura afirmou que a proposta resultaria em um ganho patrimonial superior a R$ 17 milhões e evitaria um gasto estimado em R$ 175 milhões relativo ao projeto de centro administrativo planejado anteriormente para a zona Norte, obra cancelada em 2025.

Nem todos os parlamentares acolheram bem a proposta: o vereador Daniel Gobbi (PP) questionou a avaliação do terreno da Avenida Braz Olaia Acosta e pediu ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) uma perícia independente, alegando possível subavaliação diante da valorização da região.

A crítica também repercutiu entre pais de alunos do Marista. Em paralelo, a Prefeitura informou que parte do terreno antes destinado ao centro administrativo, cerca de 5 mil m², terá uso destinado ao Centro TEA, voltado ao atendimento de pessoas com autismo e transtornos do neurodesenvolvimento. No momento, o projeto de permuta tramita na Câmara e ainda depende de votação para ser efetivado.