O assentamento dos paralelepípedos e das pedras dos canteiros será feito por calceteiros; trabalho exige preparo físico e muita precisão
Foto: Fernando Gonzaga
Os dois quarteirões em obras na Nove de Julho – entre a Marcondes e a Garibaldi – já estão com os paralelepípedos totalmente retirados e a pista da Nove de Julho, onde eles estavam, está sendo escavada em 57 cm.
Antes, os paralelepípedos ficavam assentados sob uma fina camada de terra. Agora, eles serão reinstalados, ao final dos trabalhos de cada trecho, mas de maneira bem alinhada, sob uma rígida estrutura formada por camadas de terra, brita, concreto e areia compactada. Somente depois da instalação desses quatro materiais, os paralelepípedos serão reinstalados.
O prefeito Duarte Nogueira acompanhou os trabalhos na tarde desta quinta-feira, dia 6, no entorno da rua São José. O trecho já foi escavado e agora receberá galerias de águas pluviais, antes das camadas que reforçarão os paralelepípedos.
O assentamento dos paralelepípedos e das pedras portuguesas será feito por profissionais como Raimundo Paz, um dos contratados pela construtora Metropolitana. Ele é calceteiro, trabalhador da construção civil que assenta pedras, um trabalho pesado, que também requer delicadeza e precisão. “Precisa ter preparo físico pra ficar agachado muitas horas, assentando as pedras pra elas ficarem encaixadas de um jeito perfeito”, orgulha-se.
Foto: Flávia Lima
O trabalho será realizado por uma equipe formada por uma dezena de calceteiros como Raimundo, que será apoiada por vários assistentes, de forma que os pesados paralelepípedos fiquem bem à mão dos calceteiros, na hora da montagem.
Os engenheiros responsáveis pela obra calculam que cada calceteiro deverá realizar o assentamento de cerca de 10 m² por dia.
No caso da retirada das pedras portuguesas, também centenárias e tombadas pelo patrimônio histórico (que formam os mosaicos dos canteiros centrais da avenida), tudo está sendo feito manualmente. Os trabalhadores fazem a retirada sem o uso de máquinas, para não prejudicar as raízes das árvores das sibipirunas plantadas há mais de 70 anos e também convertidas em patrimônio histórico.
Todas as raízes expostas estão sendo poupadas e nenhuma delas sofreu qualquer dano. Técnicos das secretarias municipais do Meio Ambiente e de Obras acompanham a delicada operação.