Franca registrou mais um caso de agressão a profissionais de saúde, elevando para quatro o número de episódios desse tipo no município em menos de um mês.
A ocorrência mais recente aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Aeroporto e terminou com a detenção de uma mulher identificada como Bruna Gabriela, que foi levada à delegacia, ouvida e liberada em seguida.
Imagens feitas por pacientes mostram agentes da Polícia Militar contendo a detida enquanto familiares tentam intervir. Nas filmagens também é possível ver duas outras mulheres trocando chutes com uma funcionária da UPA, até que um segurança tenta intervir para separar as partes.
Segundo relatos de servidores, a confusão teria começado quando familiares se reuniram na porta da UPA para tentar vaga para um paciente. Bruna afirmou à imprensa que foi provocada por uma enfermeira durante a triagem, o que teria motivado a reação. A equipe da unidade, por sua vez, diz que visitantes invadiram o espaço de acolhimento, houve agressões físicas contra profissionais e que a situação ficou insustentável, gerando temor entre os trabalhadores.
A secretária municipal de Saúde, Waléria Mascarenhas, lamentou os episódios e explicou que todas as entradas nas unidades de urgência e emergência passam por triagem. Ela destacou que o procedimento determina a ordem de atendimento segundo a gravidade, o que pode causar a impressão de que pacientes avançam na fila, mas é necessário para priorizar os casos mais graves.
Em nota, a Prefeitura informou que tomará as medidas cabíveis e ressaltou que a rede conta com equipes preparadas para o atendimento. O presidente do Sindicato dos Servidores de Franca (Sindserv), Rafael Gomide, repudiou as agressões e pediu que a população não descarregue nas equipes a frustração com problemas sistêmicos do serviço de saúde.
As investigações dos episódios em Franca continuam. Os envolvidos nas agressões responderão por crimes como ameaça e desacato a funcionário público. O novo episódio reacende o debate local sobre segurança nas unidades de saúde e a necessidade de medidas para proteger trabalhadores e usuários.