Realizado na cidade de Dumont, evento foi organizado pela Academia da Força Aérea
Foto: Guilherme Sircili
A Academia da Força Aérea Brasileira realizou nessa quarta-feira, 19, no município de Dumont/SP, o ato Cívico-Militar em Comemoração ao sesquicentenário de nascimento do Marechal-do-Ar, Alberto Santos-Dumont, patrono da Aeronáutica e Pai da Aviação.
O evento contou com a presença do prefeito Duarte Nogueira, que acompanhou a apresentação da banda oficial da AFA, o sobrevoo de 4 aeronaves T-27 Tucanos, que durante toda a cerimônia realizaram manobras no céu da cidade de Dumont, além da formação de 69 novos cadetes.
A vida de Santos Dumont
Há 150 anos, nascia no interior de Minas Gerais um dos maiores inventores brasileiros: o notável Alberto Santos Dumont, considerado um dos precursores da aviação e da criação de aeronaves no mundo. A história de vida, as obras e os valores do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira são fontes de inspiração não só no nosso país, mas em várias regiões do planeta. Suas inovações e contribuições para a aviação são celebradas até hoje.
Filho de Francisca Santos Dumont, de tradicional família portuguesa vinda para o Brasil com D. João VI, em 1808, e de Henrique Dumont, engenheiro civil de obras públicas e, mais tarde, cafeicultor em Ribeirão Preto (SP). Henrique Dumont, de ascendência francesa, teve papel fundamental na trajetória do filho Alberto, pois, percebendo nele o fascínio pelas máquinas – que existiam em grande quantidade na fazenda Arindiúva –, direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a eletricidade, não fazendo questão que ele se formasse em engenharia, como foi o caso dos outros filhos.
O sonho de voar de Alberto surgiu aos 15 anos quando ele teve uma visão: um balão livre nos céus de São Paulo. No caso, balões livres são aqueles que fazem sua ascensão sem possuir nenhum tipo de dirigibilidade, ficando ao sabor das correntes aéreas.
Aos 18 anos, emancipado pelo pai, Alberto foi para Paris completar os estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar à capital francesa, o jovem se admira com os motores de combustão interna a petróleo que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e compra um para si, investigando todo o seu funcionamento. Logo estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis na Cidade-Luz.
O 14 Bis – O primeiro avião da história:
Em 1906, Santos Dumont competiu em outras duas apostas, promovidas por filantropos, que premiariam quem conseguisse decolar por meios próprios (sem a ajuda da velocidade dos ventos, como ocorria com os balões, e sem a ajuda de mecanismos externos, a exemplo das catapultas).
A “aeronave mais pesada que o ar” deveria voar ao menos por 100 metros sem acidentes. O pouso deveria ser em um terreno plano e horizontal, sem o auxílio do vento para planar e sem dispositivos externos.
O feito seria observado por uma comissão de especialistas previamente convocados pelo Aeroclube da França.
No dia 12 de novembro de 1906, às 16h45m, Santos Dumont decolou do Parque das Bagatelle, em Paris, pilotando o avião 14 Bis, com um motor de 50 cavalos. Com uma altura de 6 metros, voou 220 metros.
Para aterrizar, Dumont desligou o motor para perder potência e guiou o 14 Bis, quando a asa direita tocou no solo, sofrendo algumas avarias.