Ribeirão Preto ganha primeira agrofloresta urbana ao redor do estádio do Santa Cruz

Batizado de Ribeirão Floresta, o sistema reúne mais de 50 espécies vegetais, entre cultivos alimentares e árvores nativas da Mata Atlântica

  • Go to the profile of  Nando Medeiros
Nando Medeiros
· 1 minuto de leitura
Ribeirão Preto ganha primeira agrofloresta urbana ao redor do estádio do Santa Cruz

Ribeirão Preto passou a contar com a primeira agrofloresta em área urbana, instalada em aproximadamente um hectare na parte externa do estádio do Santa Cruz, no bairro Ribeirânia. O projeto, coordenado pelo engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva, da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), foi implantado com a participação de voluntários que se reúnem aos sábados para plantar e cuidar da área.

Batizado de Ribeirão Floresta, o sistema reúne mais de 50 espécies vegetais, entre cultivos alimentares e árvores nativas da Mata Atlântica, como mandioca, pepino, milho, girassol, feijão-de-porco, goiaba, banana e mamão. O planejamento seguiu princípios de sucessão ecológica: espécies pioneiras de ciclo mais curto foram plantadas para proteger e preparar o ambiente para árvores de maior porte, chamadas de clímax, como peroba e jequitibá-rosa.

Segundo Figueiredo Silva, as pioneiras (como a fruta-do-sabiá e a sangra-d’água) ajudam a atrair fauna e recuperar solos degradados, enquanto as árvores de clímax podem viver por séculos e alcançar grandes alturas. Além do plantio, a iniciativa incluiu ações de educação ambiental voltadas à comunidade local.

A AEAARP destaca que a agrofloresta urbana traz benefícios ambientais e sociais: melhora a retenção de água no solo, reduz erosão, amplia a diversidade biológica, diminui a necessidade de insumos químicos, aumenta a produção ao longo do ano e contribui para o sequestro de carbono. O espaço foi concebido como comunitário, aberto à visitação, e a colheita pode ser utilizada pelos moradores, segundo os organizadores.

Voluntários e especialistas envolvidos afirmam que o projeto pretende servir de modelo para outras áreas da cidade e estimular práticas de reflorestamento urbano integradas à produção de alimentos.