Ribeirão Preto passou a oferecer em setembro de 2025, pelo SUS, o novo teste molecular de detecção do HPV de alto risco, substituindo gradualmente o Papanicolau nas unidades básicas de saúde. A implantação, anunciada em agosto na UBS Dr. Sérgio Botelho da Costa Moraes, no bairro Ipiranga, começou a valer neste mês com distribuição gratuita dos kits para mulheres entre 30 e 65 anos, faixa priorizada pelo programa de rastreamento.

A técnica adotada usa PCR para identificar fragmentos do DNA do papilomavírus humano no material coletado da região genital. Diferente da citologia convencional, que detecta alterações celulares já estabelecidas, o exame molecular aponta a presença do vírus antes do surgimento de lesões visíveis, permitindo encaminhamento imediato para colposcopia quando identificados tipos de alto risco, como 16 e 18.

Especialistas ouvidos destacaram que a estratégia aumenta a sensibilidade do rastreio e possibilita acompanhamento mais focalizado das pacientes portadoras de HPV oncogênico, elevando a chance de diagnóstico precoce e cura. Com o novo método, o intervalo entre coletas pode passar de três para cinco anos nos casos de resultado negativo, já que a sensibilidade do PCR para HPV de alto risco é maior do que a da citologia.

Ribeirão Preto foi escolhida como município-piloto no Estado de São Paulo devido à capacidade instalada da rede pública local e à cooperação com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e laboratórios referência. A secretaria municipal de Saúde informou que houve capacitação de profissionais e ajustes logísticos para operar os novos equipamentos.

A mudança integra um programa nacional que prevê a introdução do teste molecular em um município por estado como etapa inicial, com meta de cobertura nacional até dezembro de 2026, beneficiando milhões de mulheres. A administração municipal afirmou que seguirá comunicando a população sobre critérios de inclusão e locais de realização do exame nas unidades de atenção básica.