Os pacientes atendidos pelas USFs – Unidades de Estratégia de Saúde da Família, que compõem a zona oeste de Ribeirão Preto, participarão do Projeto CoDiGO – Coorte Dinâmica Genômica Oncológica, desenvolvido pela Faculdade de Medicina da USP e vai identificar as pessoas com maior ou menor risco de desenvolver câncer.
No total, o estudo envolverá 15 mil pacientes, que são acompanhados nas 21 unidades de saúde da família da zona oeste de Ribeirão Preto e terá o envolvimento de mais de 50 pesquisadores, das equipes da Estratégia de Saúde da Família, Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, Hospital das Clínicas e Faepa.
O procedimento será a coleta de sangue, com o material, será feita a genotipagem do DNA para entender a soma dos fatores hereditários, que são chamados de escore poligênico. Dessa forma, a pesquisa poderá impactar na prevenção de precisão, ou seja, na prevenção específica para cada pessoa, de acordo com suas características genéticas.
O secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura, representando o prefeito Duarte Nogueira, participou da apresentação do projeto, que aconteceu no auditório do Hospital das Clínicas e ressaltou a importância do projeto para a sociedade.
“O projeto em construção nas nossas unidades de saúde é um grande avanço científico na prevenção e combate ao câncer e coloca nossa cidade, mais uma vez em posição de destaque em medicina, saúde e pesquisa no Brasil e no mundo,” disse.
O estudo integra o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e é realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, pelo Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP), pela Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA) e pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
“É necessário aprimorar os métodos de rastreamento do câncer diante do conhecimento recente que pessoas podem ter maior ou menor risco hereditário para desenvolver câncer. O rastreamento ainda é realizado praticamente do mesmo modo para todas as pessoas. Assim, indivíduos com maior risco de desenvolverem câncer podem não estar recebendo todo investimento em prevenção necessário e aquelas com menor risco, mais do que o necessário”, explica Leandro Colli, que é professor da FMRP, médico oncologista e um dos coordenadores do projeto.
O estudo em Ribeirão Preto, iniciado a cerca de dois anos passa agora para nova fase e os dados clínicos coletados, nos núcleos de saúde básica, serão pareados com coleta de material para genotipagem.
Ao final de três anos, será formatado um grande banco de dados clínicos, epidemiológicos e moleculares para responder questões de oncologia e até de outras áreas.