Um novo polo de pesquisa em cana-de-açúcar e bioenergia foi anunciado em Ribeirão Preto. O projeto, em fase de construção na região conhecida como cinturão canavieiro, deve reunir universidades, indústrias, startups e produtores e tem previsão de início das atividades no segundo semestre de 2026.
Segundo levantamento do Observatório de Bioeconomia da FGV citado pelos organizadores, fontes como etanol, biomassa e biogás já correspondem a cerca de 29% da energia ofertada no país, evidência do papel crescente do agronegócio na transição para uma matriz energética mais limpa.
O centro de excelência terá laboratórios especializados e programas de formação técnica e científica voltados ao desenvolvimento de tecnologias para a cadeia sucroenergética: desde melhoramento genético da cana até processos que convertam resíduos em combustíveis e bioprodutos de maior valor agregado. A iniciativa também pretende aumentar a qualificação da mão de obra local, atrair investimentos e acelerar a redução das emissões de carbono no setor.
Responsáveis pelo projeto destacam que a escolha por Ribeirão Preto se baseou na concentração de usinas, centros de pesquisa e um ecossistema agroindustrial já estabelecido na região, o que facilita a integração entre campo e ciência e a aplicação rápida de inovações.
Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que avanços em tecnologias de segunda geração, que aproveitam resíduos da biomassa, e o uso do biogás como fonte térmica e elétrica ampliam o potencial econômico e ambiental da cadeia.
Para o setor, o novo centro pode consolidar o Brasil como referência não só na produção agrícola, mas também na geração de soluções energéticas renováveis e competitivas no mercado global.
