Evento foi realizado no auditório ESA, na OAB, e discutiu os avanços da lei nos últimos anos
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A Secretaria de Assistência Social de Ribeirão Preto – SEMAS realizou na manhã desta segunda-feira, 7 de agosto, uma roda de conversa em comemoração aos 17 anos da Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006. Estiveram presentes representantes do Poder Público, sociedade civil e terceiro setor, além de acolhidas da Casa de Passagem Esperança, exclusiva para as mulheres.
A roda de conversa foi composta pela secretária de Assistência Social, Glaucia Berenice; dra. Patrícia de Mariani Buldo, delegada da Delegacia de Polícia de Defesa das Mulheres; Claudia Torres de Andrade, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres; Girlei Marconi, Guarda Civil Metropolitana; dra. Janaína Boldrini França, Saúde da Mulher; enfermeira Fátima Heck, Saúde da Mulher; dra. Márcia Pieri, advogada/gestora social da OSC Programa Mãos Estendidas e Larissa Brito, cofundadora e assistente social da OSC Vitória Régia.
Cada uma das participantes contou um pouco sobre a atuação na luta contra a violência contra as mulheres, mencionando os avanços da causa desde que a Lei Maria da Penha foi sancionada.
Glaucia Berenice falou da importância de enxergarmos a sociedade como um todo. “Hoje as pessoas estão cada vez mais isoladas, achando que estão protegidas em seus mundos, mas é preciso lembrar que uma mulher que é espancada, violentada, morta, isso influencia em todas nós. Temos uma conexão que desconhecemos, mas que existe. São 17 anos que poderíamos estar muito melhores, mas o desafio é não desistir”, concluiu.
A delegada da DDM, dra. Patrícia Bolbo, comentou o avanço na parte criminal após a implantação da Lei. “A parte que mais avançou foi a criminal. Sobre prender o agressor, as medidas protetivas, mas a Lei também prevê uma série de políticas públicas, no sentido de igualdade política, social e educacional. Os avanços vêm acontecendo, aos poucos, mas acontecem”.
Único homem a ter a palavra no evento, o psicólogo Ariel Gomyde, que atua no CREAS 1 e no SERAVIG – Serviço de Reeducação do Autor de Violência de Gênero, falou sobre as experiências de ressignificação com os agressores. “Fizemos uma experiência durante a pandemia sobre quem se considerava machista, e nenhum deles se manifestou. Nós, eu e o sociólogo, nos identificamos como machistas por determinadas situações e poucos encontros depois vários deles já identificaram como sendo machistas por determinadas atitudes. Não é uma questão teórica, tem que discutir isso com mais propriedade e profundidade”, destacou.