Próximo passo é reassentar os paralelepípedos, antes de liberar o trecho; com previsão de dois meses para cada trecho, obra começou em 20/06
Foto: Guilherme Sircili
Depois de retirar todos os paralelepípedos e escavar a pista em mais de meio metro, os trabalhadores que atuam diretamente na obra da Nove de Julho já estão finalizando a instalação das redes de água potável e esgoto e a construção das galerias de águas pluviais do primeiro trecho em obras na centenária avenida. Vistoriada hoje (3/8), pelo prefeito Duarte Nogueira e pelo secretário municipal de Obras Públicas, Pedro Pegoraro, a obra começou no dia 20 de junho e está dentro do cronograma previsto, de cerca de dois meses para cada trecho.
Com mais de 100 anos de fundação, a Nove de Julho não contava com redes de água e esgoto. Elas terão de 600 a 1.200 mm de diâmetro e, nos trechos em que os trabalhadores encontram raízes de sibipirunas, as redes são desviadas para não prejudicarem a estrutura das árvores, que contam com mais de 70 anos e também são patrimônio tombado pelo Conppac, assim como os paralelepípedos e as pedras portuguesas que formam os mosaicos do canteiro central e contam com 101 anos.
A obra ainda aproveita para atualizar a fiação das redes de serviços de telefonia e Internet.
Assentamento dos paralelepípedos: última fase do trecho
Nos próximos dias, assim que terminarem as instalações das redes de água e esgoto, começa a estruturação do pavimento: primeiro, será feita a compactação do subleito, depois será implantada uma camada de brita graduada simples, seguida de uma base de concreto e de um berço de areia. E, por fim, vem o assentamento dos paralelepípedos sobre esta rígida estrutura, de maneira que eles não mais sofrerão desnivelamentos, ao longo do tempo e dos atritos.
Foto: Fernando Gonzaga
Esta última etapa será realizada por uma equipe formada por uma dezena de calceteiros, que por sua vez será apoiada por vários assistentes, de forma que os pesados paralelepípedos estarão sempre à mão dos calceteiros, na hora da montagem. Com esta dinâmica, cada calceteiro deverá realizar, em média, o assentamento de cerca de 10 m² por dia.
Quanto aos canteiros, eles foram escavados com a ajuda de ferramentas manuais, sem o uso de máquinas, para não prejudicar as raízes das sibipirunas encontradas no caminho.
No caso das pedras portuguesas, as que estiverem desniveladas e, portanto, danificadas por causa da expansão das raízes das sibipirunas, serão restauradas e substituídas por outras idênticas.
Este primeiro trecho em obras deverá estar liberado no final de agosto, início de setembro, conforme o cronograma inicial. Em seguida, a equipe parte para os dois quarteirões seguintes. “Estamos todos trabalhando para entregar a avenida Nove de Julho à população no aniversário da cidade do ano que vem, conforme programado”, afirmou o prefeito Duarte Nogueira, nesta quinta-feira.
Galerias vão acabar com enchentes no Centro
Na avenida Francisco Junqueira, também já começaram as obras de implantação de duas grandes galerias de águas pluviais de mais de 1 km e 300 cada, tanto a que descerá pela rua Marcondes Salgado quanto a que vira pela São José. Juntas, as galerias vão resolver o problema de inundação no Centro.
As duas intervenções fazem parte do mesmo contrato da obra de construção dos corredores e restauração da Nove de Julho. E seguem a mesma dinâmica: as intervenções são feitas a cada dois quarteirões para causar a menor intervenção possível no trânsito e no comércio.
Além das duas imensas galerias de recepção de águas pluviais, a obra também vai substituir totalmente as redes de esgoto e água potável, existentes, mas obsoletas. Elas serão trocadas por outras da mesma dimensão, porém de material mais apropriado. A rede de água potável de ferro fundido será substituída por uma de tubulação de pvc PBA. E a manilha de barro da rede de esgoto vai ser trocada por uma tubulação de pvc ocre.
Já as galerias de águas pluviais, que começarão com 1,5 metro por 1,5 metro de diâmetro ao saírem da Nove de Julho em direção à avenida Francisco Junqueira, passarão por diversas transições de tamanho ao longo de seus percursos pelas ruas Marcondes Salgado e São José. Assim, ao chegarem no córrego Retiro Saudoso, onde despejarão as águas das chuvas de maneira adequada, acabando com o alagamento da região central, as novas galerias terão 5,60 de largura por 1,10 de altura.
Também feitas a cada dois quarteirões, as obras das galerias começaram pela avenida Francisco Junqueira e seguirão assim até terminar na Nove de Julho. Quando chegarem lá, os trechos da Marcondes e da São José já estarão concluídos, mas para não danificarem os paralelepípedos, que já terão sido assentados ali, as tubulações de espera ficarão de fora da Nove de Julho para que as ligações finais sejam feitas sem danos.
A obra da Avenida Nove de Julho ainda contempla:
- Sinalizações para pedestres em todas as esquinas
- Rampas de acesso nas dez esquinas do trecho, tanto nas calçadas como nos canteiros
- Adequações das calçadas, guias e sarjetas, para construção das rampas
- Implantação de travessias com acessibilidade para pessoas com deficiência em todos os cruzamentos
Obra paralela: novos cenários
Outra importante obra do programa Ribeirão Mobilidade em execução ajudará a criar o novo visual que está sendo projetado na avenida, com a restauração do solo e do canteiro e a construção dos corredores de ônibus nos dois sentidos da avenida: o túnel da Independência, que cruza a Nove, e “suspende” a praça Salvador Spadoni, passando por baixo dela.