A equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto concluiu a segunda fase da cirurgia de separação das gêmeas Heloísa e Helena, nascidas unidas pela cabeça e com 1 ano e 10 meses, originárias de São José dos Campos (SP). O procedimento, realizado em uma operação de dez horas, avançou na separação das estruturas cerebrais e na união das incisões cutâneas com os cortes iniciais feitos na etapa anterior.
Os médicos informaram que o protocolo para separar totalmente as irmãs compreende cinco cirurgias espaçadas ao longo de cerca de um ano. As próximas duas etapas estão previstas, respectivamente, para o fim de fevereiro de 2026 e para março; a separação definitiva é aguardada para meados de 2026. Segundo a coordenação da equipe, o ritmo das intervenções é deliberadamente lento para reduzir sangramentos e permitir que o cérebro e os tecidos se adaptem entre uma fase e outra.
A estratégia cirúrgica emprega planejamento com modelos tridimensionais e realidade aumentada para mapear vasos, tecidos e áreas cerebrais conectadas. Nas etapas subsequentes os cirurgiões também colocarão enxertos ósseos e expansores de pele para preparar o fechamento final, que será realizado em procedimento de cirurgia plástica.
O pai das crianças, Amarildo Batista da Silva, acompanhou a operação e afirmou ter fé na recuperação das filhas, apesar da apreensão que, segundo ele, retornou nesta segunda cirurgia. Ele lembrou que ainda restam três etapas até a conclusão do processo e demonstrou gratidão à equipe médica.
Os especialistas destacaram que a conformação dos crânios, com redução do diâmetro lateral, contribuiu para um mapeamento mais preciso das áreas a serem separadas, o que facilitou a navegação cirúrgica e o trabalho sobre os pontos de conjunção cerebral e vascular. A equipe médica planejou o programa desde 2024 e tem aplicado a sequência de fases para minimizar riscos e melhorar o resultado funcional das crianças.