A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) de Ribeirão Preto estimou, em entrevista concedida nesta gestão, que cerca de 2.000 pessoas viviam em situação de rua no município. Conforme o secretário Júlio Balieiro, aproximadamente 72% desse grupo estavam cadastrados no Bolsa Família e residiam na cidade há mais de um ano. A pasta informou que um censo específico será realizado em 2026 para consolidar dados oficiais e embasar políticas públicas.
Balieiro avaliou como positivo o trabalho realizado nos primeiros meses à frente da Semas, com revisão de fluxos e visitas a todos os equipamentos da rede socioassistencial. A secretaria destacou avanços na estrutura de atendimento: manutenção do Centro Pop (serviço de banho, alimentação e acompanhamento durante o dia), dois acolhimentos voltados a mulheres, cinco Casas de Passagem masculinas em funcionamento 24 horas e equipes de abordagem que atuam diariamente nas ruas. Três novas Casas de Passagem foram anunciadas e devem acrescentar 150 vagas à capacidade de acolhimento do município em implantação nos próximos meses.
Na área de acolhimento institucional para crianças e adolescentes, a prefeitura reestruturou o SAICA e lançou editais para parcerias com Organizações da Sociedade Civil. Duas OSCs estão com processos adiantados: uma já opera e começará a receber crianças em breve; a outra aguarda parecer jurídico. Juntas, as unidades previstas somam 40 vagas com equipe multiprofissional e planos individuais de atendimento.
Sobre a atenção ao idoso, Balieiro informou que Ribeirão Preto conta com 214 vagas em cinco instituições filantrópicas conveniadas, todas ocupadas, e que 96 pessoas permaneciam na fila de espera por uma vaga. Um chamamento público aberto este ano para ampliar a oferta não obteve interessados, segundo a Semas, que disse manter diálogo com entidades do terceiro setor para buscar alternativas.
A Secretaria também relatou ações direcionadas a povos refugiados: são 73 indígenas da etnia Warao acompanhados pela prefeitura, com acesso a saúde, educação, matrícula escolar, apoio à autonomia econômica e acompanhamento psicossocial e cultural.
No campo da segurança alimentar, o Banco de Alimentos passou por modernização em 2025. A adesão ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) ampliou em cerca de 10 toneladas mensais o fornecimento de hortifrutigranjeiros da agricultura familiar; parcerias com redes de supermercados aumentaram doações para 70 instituições; e a distribuição chega hoje a 300 cestas básicas semanais aos CRAS e CREAS.
Balieiro ressaltou ainda projetos que começaram a operar ou estão em fase final: reestruturação do Centro Pop e das Casas de Passagem, ampliação de cursos e vagas no Centro de Qualificação Social e Profissional e a implantação do novo Bom Prato na Rua Lafaiete, que, segundo a prefeitura, terá serviços adicionais como área pet, banho quente, corte de cabelo, doação de roupas e atendimento em saúde.
A Semas disse que seguirá com reuniões e ajustes para ampliar vagas para idosos, concluir a implantação dos equipamentos anunciados e preparar o censo de 2026 para orientar futuras ações.
