Sertãozinho vem monitorando de perto os casos de esporotricose desde o início deste ano, depois que o Ministério da Saúde incluiu a forma humana da doença na lista de notificação compulsória, portaria publicada em 18 de março de 2025. Segundo a Secretaria Municipal, até 22 de agosto de 2025 foram registrados 60 gatos infectados, em sua maioria animais de vida livre, e 12 casos em humanos.
A esporotricose é uma micose causada por fungos do gênero Sporothrix spp. e ocorre com maior frequência em regiões tropicais e subtropicais. A transmissão pode acontecer por ferimentos provocados por espinhos, lascas de madeira ou contato com matéria orgânica em decomposição, e também por arranhões ou mordidas de animais contaminados, com os gatos sendo os principais veículos de propagação para pessoas e outros animais.
A médica veterinária Giovanna Rossi Varallo, do setor de proteção e bem-estar animal, explica que hábitos felinos como entrar em contato com troncos e brigas entre animais favorecem a circulação do fungo; no entanto, os felinos se contaminam acidentalmente e não são portadores naturais.
Para reduzir riscos, a diretora da Vigilância em Saúde, Fábia Tolvo, recomenda atenção especial a profissionais que lidam com matéria orgânica, jardineiros e podadores, e uso de equipamentos de proteção individual. Outra medida indicada pela prefeitura é a castração e a manutenção dos gatos em ambientes domésticos, evitando que circulem pelas ruas.
Em caso de encontro com um gato de rua que apresente secreção nasal ou ocular, falhas na pelagem, feridas avermelhadas ou lesões mais graves, a população não deve captar o animal por conta própria. A orientação é acionar o Núcleo de Controle de Zoonoses, que faz captura segura e encaminha o animal para avaliação veterinária e exame laboratorial. O Núcleo atende de segunda a sexta, das 7h às 17h; o telefone para solicitações é 3945-5369.
Proprietários de animais com suspeita de lesão devem procurar atendimento: beneficiários de programas sociais podem levar pets gratuitamente à UBS Animal, que atende de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h. A Secretaria ressalta que a doença, quando detectada cedo, responde bem ao tratamento, mas o protocolo antifúngico é longo, de custo relativamente alto e exige adesão do paciente.
O secretário municipal de Saúde, Renan Urizzi, lembrou que trabalhadores expostos a podas e jardinagem devem procurar atendimento médico diante de lesões cutâneas que não cicatrizam, já que o fungo penetra por feridas ou perfurações na pele.