A região de Ribeirão Preto concentra cerca de 2 mil supermercados que, juntos, movimentam mais de R$ 23,4 bilhões, segundo dados da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Apesar da força econômica local, o segmento enfrenta escassez de mão de obra: atualmente há cerca de 2,6 mil vagas em aberto na região.
O presidente da Apas, Erlon Godoy Ortega, afirmou que o setor deve ampliar as vendas em 2026, com uma projeção de crescimento de 6%, acima dos 5% esperados para o Estado de São Paulo. Ortega atribui a resiliência do varejo à presença de um agronegócio robusto e ao dinamismo econômico da região.
No entanto, ele ressaltou que a baixa oferta de trabalhadores está freando um avanço mais acelerado. Segundo Ortega, preencher as vagas disponíveis poderia elevar ainda mais o ritmo de expansão dos supermercados locais.
Como alternativas, a Apas tem buscado articulação com administrações municipal, estadual e federal para atrair candidatos, além de tentar vincular oportunidades do varejo a programas sociais, de modo a facilitar a transição de beneficiários para o mercado de trabalho. Outra demanda apresentada pelo setor é a modernização da legislação trabalhista para flexibilizar jornadas, especialmente para jovens que conciliam trabalho e estudo ou que buscam formatos horários mais flexíveis.
Ortega afirmou que propostas nesse sentido já foram levadas ao vice‑presidente da República, Geraldo Alckmin, e defendeu a abertura do debate como forma de atender às novas formas de ocupação do público jovem. Ele destacou ainda que a dificuldade de contratação não é exclusividade dos supermercados, mas atinge diferentes segmentos da economia regional.