A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Semáforos da Câmara Municipal de Ribeirão Preto ouviu o superintendente da RP-Mobi, Marcelo Galli, sobre os atrasos na implantação do Sistema Inteligente de Transporte (ITS).
O contrato do ITS, assinado em novembro de 2022, previa conclusão em maio de 2025, mas o sistema ainda não foi entregue apesar de pagamentos superiores a R$ 15 milhões ao consórcio responsável.
Galli afirmou que não participava da gestão municipal no período da licitação e apontou falhas de projeto e problemas estruturais como causas principais dos adiamentos. Segundo ele, divergências entre o que prevê o projeto e o dimensionamento estrutural resultaram em falta de materiais e em atrasos na obra, atribuíveis tanto à empresa contratada quanto à Secretaria Municipal de Obras.
O superintendente também criticou a falta de integração entre as obras do ITS e as dos corredores de ônibus, o que, na avaliação dele, comprometeu o cronograma. Outro problema destacado foi a interrupção na instalação da fibra óptica: Galli relatou um corte na avenida Cavalheiro Paschoal Innecchi que impede a chegada dos cabos até o trecho final na avenida Thomaz Alberto Whately, mantendo o sistema desligado.
A JZ Construtora, responsável pelos dutos de fibra, foi apontada como inacessível pela Prefeitura e estaria em processo de falência; a empresa recebeu cerca de R$ 27 milhões entre 2021 e 2022 em contratos relacionados aos corredores de ônibus, segundo o superintendente.
Galli disse não saber se o consórcio foi formalmente notificado sobre os atrasos e ressaltou a gravidade das falhas detectadas no projeto. Ao final da oitiva, o presidente da CPI, vereador Isaac Antunes (PL), anunciou a convocação do atual secretário de Obras, Walter Telli, para prestar esclarecimentos em reunião futura. Participaram também da sessão os vereadores Jean Corauci (PSD), vice-presidente, e Daniel Gobbi (PP), relator.
