Com a chegada do outono em Ribeirão Preto, a cidade enfrenta o aumento dos casos de síndromes respiratórias, que atingem especialmente a população idosa, considerada a mais vulnerável a essas doenças.
Embora os idosos não representem o maior número de internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), eles são os mais afetados em termos de mortalidade, segundo o secretário municipal de Saúde, Maurício Godinho.
Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep) mostram que, entre janeiro e o início de junho de 2025, foram registradas 635 internações por SRAG em Ribeirão Preto, com 42 óbitos. Contudo, esses números não refletem o total de casos, já que a maioria dos pacientes com sintomas menos graves é atendida na rede básica de saúde e não hospitalizada.
Godinho destaca que a subnotificação dificulta a avaliação completa da situação, mas enfatiza que as síndromes respiratórias têm índice de letalidade superior ao da dengue, que registrou 19 mil casos e 6 mortes no mesmo período. Entre os vírus em circulação, o da Influenza é o principal motivo de preocupação, seguido pelo vírus sincicial respiratório, que afeta principalmente crianças, e o da Covid-19.
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) também têm registrado surtos. No Florença Residence, uma rede privada, houve casos e mortes, embora os números não tenham sido divulgados. Na Casa do Vovô, coordenada por Ana Paula Oliveira, 11 internações e duas mortes foram confirmadas neste outono, mesmo com a vacinação realizada em abril e medidas restritivas para visitas.
Na rede municipal de saúde, existe um protocolo para isolar idosos com sintomas respiratórios mais graves, mas a principal estratégia continua sendo a vacinação. Atualmente, todas as unidades de saúde oferecem a vacina contra a Influenza, com mais de 150 mil doses distribuídas até o momento. Contudo, a cobertura vacinal ainda é baixa, em torno de 35%, e a meta da Secretaria é alcançar pelo menos 90% para controlar a circulação dos vírus durante o inverno.
O caso da aposentada Izaura Medeiros Carvalho, 78 anos, ilustra a realidade enfrentada por muitos idosos. Diagnosticada com pneumonia há três semanas, ela recebeu tratamento ambulatorial com medicações e aerossol e está em processo de recuperação em casa. Izaura acredita que sequelas da Covid-19 e o frio contribuíram para sua vulnerabilidade, mas está determinada a seguir os cuidados necessários para evitar novas infecções.
A Secretaria de Saúde reforça a importância da vacinação e das medidas preventivas para proteger os grupos de risco durante a temporada de síndromes respiratórias em Ribeirão Preto.