O advogado criminalista Alexandre Duarte afirmou que a defesa de Brenda Xavier manteve a tese de legítima defesa desde o primeiro depoimento à polícia, apontando que a cliente havia sofrido agressões um mês antes do crime, em fevereiro, e que isso consta nos autos.
Segundo Duarte, Brenda já apresentava fraturas no nariz e em uma costela quando, em março de 2024, Carlos Felipe Camargo teria sido golpeado pela primeira vez com uma faca de serra. A defesa sustentou que não havia alternativa jurídica além da legítima defesa, mas o julgamento levou os jurados a fixarem a pena em 24 anos, com início em regime fechado.
O Ministério Público narrou em denúncia que a fotógrafa atingiu Carlos Felipe, de 29 anos, durante uma discussão dentro do imóvel onde ambos moravam, no bairro Ribeirão Verde. O crime ocorreu em 3 de março de 2024. No dia seguinte, Brenda compareceu à delegacia apresentando hematomas, sobretudo no rosto; a descrição desses ferimentos foi considerada pelo juízo como simulação.
A família da vítima foi inicialmente informada por um telefonema da sogra de que se tratava de um acidente, e só depois, ao procurar atendimento na UPA Norte, teve ciência de que Carlos havia sido esfaqueado. Duarte disse que a defesa buscou levar aos jurados o histórico de violência doméstica sofrido por Brenda, e que essa foi a linha central da apresentação da defesa durante o processo.