Moradores do condomínio localizado na rua Garibaldi, no Centro de Ribeirão Preto, aprovaram a expulsão do fazendeiro Alípio João Júnior, 58 anos.
Dos 48 condôminos, 41 compareceram à assembleia e 36 votaram a favor da retirada de Alípio do edifício. O morador está detido em Serra Azul e a efetivação da expulsão dependerá de decisão judicial.
A assembleia ocorre após ação protocolada pelos moradores em 23 de julho, que pedia a remoção do acusado. Na ocasião, a juíza Roberta Luchiari Villela havia indeferido o pedido por entender que a medida só poderia ser determinada após decisão em assembleia condominial. Com a votação realizada na segunda, o advogado que representa os condôminos, Hamilton Paulino Pereira Júnior, informou que vai solicitar uma liminar ao Tribunal de Justiça de São Paulo ainda para forçar a expulsão.
Do lado da defesa, o advogado Júlio Mossin disse que a deliberação tem efeito prático reduzido, porque Alípio já teria deixado o imóvel e sua família vem desocupando o apartamento desde sua prisão. Mossin também confirmou pedido de transferência do cliente para uma clínica psiquiátrica, medida que aguarda perícia médica.
O caso ganhou repercussão em junho, quando Alípio foi preso após atirar com uma espingarda de pressão contra um segurança em um shopping center, depois de uma discussão sobre um cupom de estacionamento; o funcionário foi socorrido sem risco de morte. Desde então, vizinhos registraram diversos boletins de ocorrência relatando ameaças, perturbação do sossego, explosões simuladas de fogos juninos e até tentativa de invasão do prédio.
O fazendeiro é alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Civil por crimes que vão de ameaça, injúria racial e perseguição a possíveis maus-tratos a animais e cárcere privado de uma ex-namorada. Ele responde ainda a processos cíveis que incluem pedidos de indenização por danos materiais e morais movidos por vizinhos. O promotor responsável, Paulo José Freire Teotônio, classificou Alípio como um risco à convivência social.
Com a nova documentação da assembleia, a ação volta a tramitar na Justiça estadual; caberá ao TJSP decidir se concede a liminar e determina a expulsão do condomínio.