O ex-diretor do departamento de recursos humanos do Instituto de Previdência Municipal de Barretos, Nilton Moreira da Silva, foi condenado por fraudes que teriam ocorrido entre 2014 e 2018 e resultaram no desvio de R$ 2,3 milhões para contas de familiares. Segundo o Ministério Público, Silva reativava benefícios de aposentados e pensionistas já falecidos, em especial de pessoas sem dependentes, alterava os dados bancários para inserir a própria conta ou a da filha, Letícia Moreira da Silva, e retornava o sistema à situação anterior após o envio da folha ao banco.
O esquema veio à tona quando Silva precisou se afastar por um mês por motivo de saúde e o servidor substituto comunicou a diretoria, que abriu sindicância e encaminhou o caso ao MP. A investigação apontou que 11 benefícios foram reativados irregularmente e os pagamentos creditados nas contas do ex-servidor e da filha.
Em depoimento, Nilton admitiu as fraudes, alegou problemas emocionais e dificuldades financeiras, afirmou ter usado o dinheiro e ter ajudado outras pessoas. Letícia disse, segundo a investigação, que apenas emprestou a conta, sem saber da origem dos recursos. Ambos negaram intenção dolosa em suas defesas e, segundo a reportagem, recorreram da decisão.
Na esfera administrativa, Silva foi demitido do instituto. Na esfera criminal, ele foi condenado a 11 anos de prisão; a filha recebeu pena de 6 anos em regime semiaberto. Os dois recorrem em liberdade, de acordo com as informações do processo e da defesa.
