Família pede reabertura de investigação após relatório do Cenipa sobre queda de helicóptero que matou piloto de Ribeirão Preto

O documento, segundo a família, reforça indícios de que o comandante, Edison dos Santos Mendes Alves, estava sob efeito de substâncias psicoativas e enfrentava quadro depressivo no momento do voo

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Nando Medeiros
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Família pede reabertura de investigação após relatório do Cenipa sobre queda de helicóptero que matou piloto de Ribeirão Preto

A família do copiloto João Augusto Hjertquist Tremeschin, morto na queda do helicóptero no Jaraguá (SP) em agosto de 2022, pediu à Justiça o desarquivamento do inquérito sobre o acidente após a divulgação, em setembro de 2025, do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

O documento, segundo a família, reforça indícios de que o comandante, Edison dos Santos Mendes Alves, estava sob efeito de substâncias psicoativas e enfrentava quadro depressivo no momento do voo. O laudo toxicológico citado pelo Cenipa apontou metabólitos de cocaína e vestígios de clonazepam, venlafaxina e zolpidem.

O centro de investigação avaliou que esses fatores, aliados a possível condição emocional comprometida e a operações em condições meteorológicas e de iluminação adversas, podem ter reduzido a capacidade de resposta do piloto. Em petição protocolada em 17 de setembro de 2025, o advogado da família afirma que a empresa Majam Participações, responsável pela contratação do comandante, confirmou, em processo trabalhista que corre em segredo de Justiça, não ter exigido exames clínicos após o piloto alegar recuperação de depressão.

A defesa sustenta que essa omissão configuraria falha na verificação das condições médicas do funcionário antes de retomar operações. O pedido da família busca o acesso ao processo trabalhista, novas perícias e a reapreciação do arquivamento policial. Em 2022, o inquérito por homicídio culposo foi arquivado pelo Ministério Público, que apontou ausência de elementos para responsabilização criminal e destacou que os pilotos já haviam falecido.

A Promotoria também registrou a regularidade documental da operação na época. A defesa dos parentes argumenta, porém, que os novos elementos trabalhistas e os achados do Cenipa tornam necessária a investigação da conduta da Majam e eventual responsabilidade pela reinserção do piloto ao serviço sem comprovação clínica. Até a publicação desta matéria não foi obtido posicionamento da Majam Participações.