O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2024, no bairro Jardim Aeroporto II, onde Kaio asfixiou Sara com um fio elétrico e, em seguida, incinerou o corpo para ocultar evidências

O Tribunal do Júri da Comarca de Franca, São Paulo, decidiu pela condenação de Kaio Ignácio Rocha, de 28 anos, a uma pena de 29 anos e 2 meses de reclusão em regime fechado. O réu foi julgado por feminicídio qualificado, tendo como vítima sua companheira, Sara Cristina Candeias Carvalho, de 24 anos.

O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2024, no bairro Jardim Aeroporto II, onde Kaio asfixiou Sara com um fio elétrico e, em seguida, incinerou o corpo para ocultar evidências. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não conseguiu determinar a causa da morte devido à severa carbonização, mas as provas coletadas e os depoimentos de testemunhas foram suficientes para a condenação.

O histórico de violência doméstica foi um fator crucial no julgamento. Em janeiro de 2024, Kaio já havia agredido Sara com facadas e tentativas de asfixia, mas a vítima optou por reatar o relacionamento. Durante o julgamento, o Ministério Público argumentou que o crime foi premeditado e cometido de forma cruel, na presença de uma criança, o que agravou a situação.

A defesa do réu alegou que ele agiu em legítima defesa, mas essa versão foi rejeitada pelo Conselho de Sentença. Além disso, após o crime, Kaio fez uma chamada de vídeo para uma ex-companheira, mostrando o corpo de Sara e fazendo ameaças, o que foi interpretado como um ato de extrema crueldade.

A mãe do réu testemunhou sobre seu comportamento violento e o uso de drogas, corroborando a natureza ameaçadora de Kaio. Com a decisão do júri, o juiz determinou que o réu cumprirá sua pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade. O Ministério Público comemorou a sentença como um avanço no combate à violência de gênero e aos feminicídios no Brasil.