O Ministério Público de São Paulo está próximo de formalizar a denúncia contra o médico Luiz Antonio Garnica e sua mãe, Elizabete Arrabaça, investigados pela morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto.

Conforme informou o promotor Marcus Túlio Nicolino, a acusação deve ser apresentada assim que a Polícia Civil concluir o inquérito, previsto para os próximos dias.

A promotoria aponta que os suspeitos podem ser condenados a penas superiores a 30 anos de prisão, caso sejam reconhecidas quatro qualificadoras: feminicídio, uso de veneno, motivo torpe e meio cruel. Segundo Nicolino, Elizabete pode receber uma pena mais severa que a do filho, pois teria sido a responsável direta por administrar a substância tóxica à vítima.

Além disso, uma nova perícia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto trouxe à tona elementos que complicam ainda mais o caso. Na terça-feira, 17 de junho, o IML confirmou a presença de veneno em órgãos de Nathália Garnica, cunhada de Larissa. O laudo toxicológico, divulgado pelo diretor do IML, Diógenes Tadeu Cardoso, identificou uma substância tóxica semelhante ao chumbinho, porém com composição distinta daquela encontrada em Larissa.

Essa descoberta põe em dúvida a versão apresentada por Elizabete em carta à Justiça, na qual ela alegava que Nathália teria adulterado cápsulas de omeprazol com chumbinho numa suposta tentativa de suicídio, e que Larissa teria ingerido o medicamento por engano. A nova análise aponta inconsistências nessa hipótese, indicando que os envenenamentos podem ter origens diferentes.