O Ministério Público de Ribeirão Preto apresentou denúncia contra o vereador afastado Bigodini (MDB) por embriaguez ao volante, fraude processual e falsidade ideológica. A decisão do MP afasta a possibilidade de um Acordo de Não-Persecução Penal (ANPP), apontando impedimento ligado ao exercício do mandato parlamentar.
A investigação da Polícia Civil concluiu que o parlamentar conduzia o carro que colidiu com uma árvore na Avenida do Café na madrugada de 28 de setembro de 2025. Em coletiva em 24 de outubro, a corporação informou que o vereador apresentava sinais de alteração por álcool e que havia dirigido em alta velocidade horas antes do acidente, em uma das filmagens policial e de trânsito, ele aparece a 183 km/h na rodovia Anhanguera.
No registro inicial do caso, uma mulher de 29 anos se apresentou como condutora e afirmou não ter Carteira Nacional de Habilitação. Imagens amadoras, porém, mostraram o então vereador saindo do banco do motorista após o acidente, o que levou a Polícia Civil a reconstituir a dinâmica dos fatos e a responsabilizá-lo pela direção do veículo. O carro estava locado e ambos os ocupantes, segundo o boletim, teriam se recusado a soprar o etilômetro.
Ao encaminhar a denúncia à Justiça, o MP pediu a abertura de ação penal pelos três crimes e incluiu na imputação a agravante do Código de Trânsito Brasileiro aplicável a condutores que provocam acidentes com danos a duas ou mais pessoas ou risco de grave prejuízo patrimonial a terceiros.
A defesa do vereador divulgou nota afirmando que tomou conhecimento, por mídias digitais, da juntada de novos documentos aos autos somente no dia 24 de outubro e que não teve tempo hábil para analisar o material, a peça citou a inclusão de centenas de páginas no processo.
Com a denúncia, o caso segue agora para apreciação do Judiciário, que definirá se a ação penal será recebida e os próximos passos do processo contra o parlamentar afastado.