Trabalhos começarão a ser desenvolvidos nesta terça-feira, dia 1º de agosto, no Jardim Suspenso do RibeirãoShopping; depois, irão para o espaço da Feira do Livro

Foto:Guilherme Sircili

Nesta terça-feira, dia 1º de agosto, seis artistas participaram do projeto Guerra e Paz, no Jardim Suspenso do RibeirãoShopping, criando uma exposição que irá celebrar os 120 anos de Portinari, parte da atividade prévia da 22ª FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. A atividade cultural segue até o dia 10 de agosto.

O prefeito Duarte Nogueira, reforçou o compromisso do poder público em intensificar ainda mais, essa vocação natural da nossa cidade, de fazer cultura com qualidade. “Não teremos apenas os artistas convidados participando da elaboração destas obras, mas também a integração com estudantes, jovens que vão passar por aqui e compartilhar com nossos artistas, um pouco dessa intensidade vibrante que é a arte”, disse.

A ideia de trabalhar com a obra de Portinari surgiu do tema desta edição da festa literária: “Entre os extremos, as dualidades – a literatura como elo” e da intenção de fazer parte das festividades dos 120 anos de nascimento do artista de Brodowski. Depois de concluída as obras dos artistas convidados, as mesmas serão levadas para o espaço da FIL, no centro da cidade e ficarão expostas até o dia 20 de agosto.

“Para nós, receber uma exposição que comemora os 120 anos de Portinari, um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, é uma grande honra. O RibeirãoShopping busca atrações culturais que valorizam o conhecimento e a importância da arte em nossas vidas. Além disso, ficamos lisonjeados em ser palco da atividade prévia da Feira Internacional do Livro, de 2023, o evento cultural mais expressivo da nossa região”, acrescenta Maira Lisa Ferrari, gerente de marketing do RibeirãoShopping.

Em parceria com o Museu Casa de Portinari, serão expostas a reprodução das obras Guerra e Paz para apreciação de quem for visitar os artistas no período em que estiverem pintando, ao vivo, suas obras originais. Ao longo da semana, o espaço receberá estudantes de várias escolas para bate-papo com os artistas, contações de histórias com o educador Tino Nascimento e mediações de leitura do livro “Candinho, um menino que gostava muito de brincar e desenhar”, de autoria de Angélica Fabbri.

Segundo a curadora da FIL, Adriana Silva, não foi uma tarefa fácil definir os seis artistas a serem convidados. “Muitas variáveis conduziram a escolha. Era desejo garantir a presença de gerações distintas e estilos diferentes, mas com afinidade em relação a obra de Candido Portinari. Ao final, três homens e três mulheres foram convidados para produzirem uma releitura da obra Paz”, destaca Adriana.

Convidados em geral, imprensa, artistas, intelectuais e autoridades marcaram presença no café da manhã de lançamento do projeto, como o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira; o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão; o superintendente do RibeirãoShopping, Marcos Botelho; representando a diretoria da Fundação do Livro e Leitura, Adriana Silva e Dulce Neves; a coordenadora do Museu Casa de Portinari, Angélica Fabbri; e a presidente da Alarp (Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto), Eliane Ratier.

Sobre os artistas convidados

Clara Cauchick pinta desde 1983. Ela participou de 90 Salões de Arte Nacionais, coletivos e individuais. No exterior possui obras na Galerie D’Art, em Zurique e na Galerie Menorca’s, na Espanha. Seus primeiros passos artísticos foram guiados por uma influência inusitada: a escola japonesa onde sua madrinha lecionava. Lá mergulhou no mundo da pintura figurativa japonesa, cujo traço peculiar a inspirou a explorar a liberdade do abstrato. Entregou-se ao desafio de expressar suas emoções e ideias de forma abstrata, decisão que a levou a se dedicar intensamente à técnica para tornar-se referência no abstracionismo.

Carlos Palladini realizou exposições individuais e participou de várias mostras coletivas. Após cursar mestrado na FAUUSP, mudou-se para Ribeirão Preto, onde vive atualmente. Sua última exposição individual de pinturas foi no ano passado na Galeria Tóia Fonseca. Sua trajetória o insere na linhagem dos arquitetos-artistas que utilizam o conhecimento técnico do desenho para as artes plásticas a partir da arquitetura.

Joyce de Sousa, conhecida como Joy é muralista e ilustradora. Ela atua como artista urbana desde 2002. Sua identidade visual se baseia no retrato feminino através de uma estética que representa o empoderamento e a força da mulher por meio de uma paleta de cores vibrante. Participou de Festivais de Graffiti em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Colaborou para a criação do coletivo “Monas”, em Ribeirão Preto, que valoriza a cena feminina na arte urbana.

Waldomiro Sant’Anna dedica-se a pintura há mais de 40 anos, tendo participado de inúmeros Salões de Arte, premiado em vários.  Realizou exposições coletivas e individuais no Brasil, na França, na Espanha, na China e em Portugal. Ele possui quadros em acervos de vários países sendo representado por galerias do Brasil e da Europa. O tema de seu trabalho é o homem e o seu dia a dia, suas paixões, suas angústias, suas alegrias, seus sonhos.

Anna Ferreira é uma operária da arte, como ela mesma gosta de afirmar. De origem cigana, é professora da rede municipal de Brodowski e dedica-se às artes desde a infância. Iniciou atuando como estátua viva e performer há 25 anos. Ela e sua irmã, Patrícia, foram as primeiras estátuas vivas mulheres a trabalharem no calçadão de Ribeirão Preto. Essa sua mistura diversa, com tantas origens, estão presentes em suas obras.

Miguel Ângelo Barbosa é artista plástico e professor de Educação Artística formado na década de 1970, especialista em Desenho e História da Arte. Vivendo em Ribeirão Preto há décadas, ele mantém um movimentado ateliê, onde ensina e produz sua obra já reconhecida pela maturidade e força expressiva, fazendo parte do acervo de vários museus e, ao mesmo tempo, mantém intensa atividade como agitador cultural preocupado com a ação e reflexão coletivas em relação às artes visuais. Com estilo geométrico aproximando as estéticas Cubista e Abstracionista ele possui ampla experiência em painéis e murais artísticos.

Sobre a FIL

A 22ª edição da FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, acontece de 12 a 20 de agosto, com abertura oficial no dia 11 na Sala Principal do Theatro Pedro II, a partir das 19h. Traz como tema central a proposição “Entre os extremos, as dualidades: a literatura como elo”. O evento acontecerá de forma presencial em 16 locais simultâneos e abertos ao público (a maioria no centro da cidade), além de dois espaços educacionais para atividades exclusivas e pré-agendadas. 

Para essa edição, os homenageados da FIL são: Gilberto Gil (autor), Gilberto Dimenstein (autor educação), Luiza Romão (autora local), Stella Maris Rezende (autora infantojuvenil), Danilo Santos de Miranda (patrono) e Madelaine Pires (professora).

Todas as atividades são gratuitas e abertas à população, como salões de ideias, conferências, palestras, mesas-redondas, oficinas, shows, espetáculos infantis, performances, contações de histórias, saraus, projetos educacionais, entre outras. A programação completa da 22ª FIL pode ser conferida pelo link.