O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra prisão domiciliar em sua residência, após constatar o descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente.
Moraes apontou que Bolsonaro, mesmo sem utilizar diretamente suas próprias redes sociais, teria usado perfis de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para disseminar mensagens que incentivam ataques ao STF e defendem intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro.
A decisão prevê o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de visitas, exceto de familiares próximos e advogados, e o recolhimento de todos os aparelhos celulares presentes no local. O ministro ressaltou que as ações do ex-presidente demonstram a necessidade de medidas mais rigorosas para impedir a repetição das infrações, já que as restrições anteriores, como a proibição do uso de redes sociais e de contato com outros investigados, foram desrespeitadas.
Além disso, Moraes destacou que Bolsonaro produziu conteúdo que foi divulgado por terceiros, contornando a censura direta a seus canais oficiais e mantendo influência ativa no debate político digital.
No último domingo, 3 de agosto de 2025, manifestações a favor de Bolsonaro e pela anistia ocorreram em várias cidades do país. No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, foi um dos organizadores e chegou a colocar o pai no viva-voz durante o ato em Copacabana. Posteriormente, Flávio compartilhou um vídeo em suas redes sociais mostrando Bolsonaro em casa enviando uma mensagem aos apoiadores, mas apagou a publicação algumas horas depois.